Sobe para seis o número de mortos por furacão Tomas no Haiti

Subiu para seis o número de mortes provocadas pela passagem do furacão Tomas pelo Haiti. A tormenta tropical chegou nesta sexta-feira (5) ao noroeste do país, inundando várias cidades. A situação pode piorar ainda mais nos próximos dias, temem as autoridades, já que os haitianos já enfrentam uma epidemia de cólera.

No oeste, a cidade de Leogane foi uma das mais atingidas, segundo informou o funcionário da Defesa Civil, Philippe Joseph.

- A cidade ficou completamente alagada, e duas pessoas morreram. Teremos mais vítimas devido às inundações e aos deslizamentos de terra.

Leogane fica 30 km a sudoeste da capital Porto Príncipe e foi uma das mais atingidas também pelo terremoto do dia 12 de janeiro, que deixou 60% das construções urbanas destruídas. Meses após a tragédia, o Haiti ainda se recupera das consequências deste tremor do início de 2010.

O presidente do país, René Preval, pediu à população que não baixe a guarda, a fim de evitar um número ainda maior de perdas.

- As fortes chuvas e rajadas de vento do furacão Tomas, que já provocaram perigosos deslizamentos de terra e fortes inundações, poderão agravar a epidemia de cólera.

Às 16h (19h de Brasília), o furacão Tomas estava a noroeste do Haiti e seguia para nordeste, em direção às Bahamas e Ilhas Turcas e Caicos, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).

Geografia pode ser um agravante

Os ventos da tormenta alcançaram 140 km/h em sua passagem pelo Haiti. A situação da vegetação haitiana, segundo Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês), pode ter contribuído para o saldo de vítimas divulgado.

- O fato de o Haiti ter um alto nível de desmatamento pode agravar ainda mais a situação, já que não há árvores para frear a lama. As agências da ONU estão em pé de guerra, porque temem que pelo menos meio milhão de pessoas sejam afetadas pelo furacão, principalmente a população que ficou desabrigada depois do terremoto de janeiro e vive em campos de refugiados.

Na semana passada, o furacão Tomas deixou 14 mortos na ilha caribenha de Santa Lúcia. Em Cuba, a 100 km de distância do Haiti, o furacão causou problemas em Guantánamo, Granma e Santiago de Cuba.

Epidemia de cólera preocupa autoridades haitianas

Outra grande preocupação é a epidemia de cólera, que já matou 450 pessoas. Tanto a Ocha quanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) esperam um aumento das infecções de cólera, já que as chuvas aumentarão o volume de água contaminada.

O alerta vermelho foi decretado em todo o território haitiano, e medidas foram tomadas para abrigar temporariamente 100 mil pessoas.

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